segunda-feira, 29 de março de 2010

Diversidade na Escola




Devido à obrigatoriedade de matrícula das crianças no ensino fundamental regular, percebeu-se um incontestável aumento no acesso à educação formal, o que trouxe algumas “conseqüências”. Com o aumento dos alunos matriculados, era óbvio que surgiriam necessidades de adequação às necessidades dos mesmos, o que, com certeza, seria imprescindível para que a escola realizasse seu mais fundamental papel: o de formar cidadãos capazes de viver em sociedade, utilizando-se plenamente de suas capacidades e/ou competências para desempenhar seu papel. Em outras palavras, para que a escola conseguisse “humanizar o ser humano”. Dentro do ideal de novas necessidades à educação de qualidade, dadas as novas circunstâncias, surgem diversas discussões, dentre elas a discussão sobre a questão da diversidade na escola e na sociedade como um todo.

Enfrentar uma sala de aula, como se sabe, não é das tarefas mais simples, tanto para professores quanto para alunos. Para fazê-lo, precisamos mobilizar determinadas atitudes pessoais, tanto físicas quanto cognitivas, a fim de que consigamos desempenhar nosso papel, não apenas naquele contexto, mas em todo o contexto social. No entanto, uma sala de aula jamais será homogênea, pois, por maior que seja a tentativa de fazê-lo, o que se conseguirá é apenas uma aproximação da homogeneização, não ela por completo. Sendo assim, faz-se necessário que o educador seja capaz de compreender este fato e que o mesmo se adéqüe a ele, conseguindo assim, de forma mais adequada, desenvolver seu trabalho.

A escola, por si só, já é um ambiente diferente aos que nela adentram pela primeira vez, e como a mesma acaba por reproduzir fatos recorrentes na sociedade, muitas vezes, a falta de um trabalho específico de conscientização faz com que haja um processo de segregação ainda mais cruel que o já vivido por aquele que nela busca usufruir de um direito adquirido. Assim, a questão da diversidade deveria se confundir, ou até mesmo se fundir com quaisquer discussões presentes na escola, tendo o mesmo peso de todas as demais discussões que ali ocorrem. Contudo, infelizmente, na maioria dos casos não é isso que presenciamos. Muitas são as desculpas dadas para que a diversidade não seja discutida e/ou colocada como um dos principais pontos do diálogo sobre o que envolve uma educação de qualidade, fazendo com que a discussão fique relegada a segundo plano, e todos os problemas relativos à mesma sejam camuflados, o que só agrava a situação do aluno dentro de sala de aula e, consequentemente, a sua formação para a vida.

Portanto, a questão da diversidade na educação é de suma importância para que a mesma se efetive, porém o que se vê não é exatamente isso. Tal questão é muito mais abrangente. Diria até que não deve ser apenas exclusividade da escola, mas esta, como centro de formação “humanístico-cidadão”, tem o dever e até o privilégio de iniciar de forma mais abrangente e mais didática a discussão, para que se perca a ilusão de que se pode ter um gruo de pessoas que seja homogêneo, para assim proporcionar a todos o respeito às suas singularidades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário